domingo, 31 de janeiro de 2016

Inauguração da sede própria da Academia de Parkour Ponto B em Curitiba

Estive ontem (30/01/2016) na inauguração da sede própria Academia de Parkour Ponto B, aqui em Curitiba-PR.

Participei de uma oficina, com duração aproximada de 15 minutos, coordenada pelo Cassio Junior.

Sinceramente não esperava gostar tanto quanto gostei. Achei que por ser um local fechado acharia chato. Mas a concentração de obstáculos num mesmo local permite um certo fluxo que é mais complicado de obter na rua. E a segurança de uma academia permite treinar movimentos que são bem mais complicados de treinar ao ar livre. Pude fazer a oficina descalço (estava quente demais) .


Depois da oficina filmei um pouco as atividades. Estava lotado! Umas 200 pessoas? Não tenho certeza, mas é possível. Todas as fotos que tirei estão aqui. Fotos melhores no evento no Facebook e na página da Ponto B.

Este vídeo (clique aqui) foi gerado automaticamente pelo Google. O Google Plus também criou uma estória a partir das fotos e vídeos. O vídeo acima (que está no Youtube) fui eu quem editou, mas está bem amador.









Desejo todo o sucesso possível à Ponto B!


 

Descalço, agricultor vence segunda edição da Corrida da Floresta

Não é um vídeo novo, mas precisa ser divulgado! 

São corredores bem originais, autênticos. E não tem medo de asfalto. Correram descalços e venceram.

O nome dele é Daison Rodrigues, de 22 anos, agricultor e morador do município de Mâncio Lima.

Ela se chama Gabriela Silva, de 15 anos, moradora do ramal da Buritirana, comunidade rural de Cruzeiro do Sul.

A corrida que eles venceram foi a Corrida Floresta Viva em Cruzeiro do Sul, no Acre, 2m 2015.



 

sábado, 30 de janeiro de 2016

Movimento Primal e Paleo

Uma coisa que me chateava muito no mundo paleo/primal/lowcarb/LCHF (mas parece que está mudando) era um foco exagerado em HIIT (High Intensity Interval Training - Treino Intervalado de Alta Intensidade). Havia um certo mito, até onde sei sem base científica, de que HIIT é o ideal para quem quer emagrecer e que qualquer outro tipo de atividade é perda de tempo.

Em primeiro lugar acho que nenhuma atividade é perda de tempo. Este foco em eficiência é bobagem e acho até perigoso. Estou falando daqueles comentários do tipo: "4 minutos de HIIT é muito mais efeiciente para queima de gordura do que 1h de corrida". Talvez até mesmo uma caminhada de uma hora de duração seja muito mais benéfica para uma pessoa numa determinada situação do que 4 minutos (estilo Tabata) bem intensos.

Então, que tipo de exercícios as pessoas em quem confio (Maffetone, Steve 'Sock Doc' Gangemi, Mark Cucuzzella, Erwan Le Corre, Nassim Nicholas Taleb, Mark Sisson, Tim Noakes, entre outros) acham que devemos fazer?

- Caminhada: é tão simples mas segundo Taleb é essencial para o ser humano. E as caminhadas, segundo ele, devem ser lentas e longas. Ele costuma fazer reuniões caminhando e conversando.

- Corrida: na maior parte do tempo em velocidade de lenta a moderada. Uma boa dica é seguir a fórmula do Maffetone caso você não saiba o que é lento a moderado para você. Em geral os corredores acham que estão correndo em velocidade moderada mas não estão. Tanto corrida quanto caminhada devem ser praticadas descalço ou usando calçados minimalistas.

- Movimento Natural. Existem várias linhas de movimento natural e a história destas linhas foi muito bem contada pelo Erwan Le Corre aqui e aqui. Erwan é apenas um sistematizador. Talvez o mais famoso hoje em dia, por conta de seu MovNat.

- Parkour, desde que com bastante cuidado, o que chamei de Slow Parkour. Parkour é uma espécie de Movimento Natural na cidade, talvez um pouco apressado e radical demais em alguns casos.

- Treino de força, também conhecido como musculação. De preferência não em academia! Máquinas ditam o nosso movimento e isto não é bom. Mas se você for para a academia para usar os pesos livres, OK. E se você está bem enferrujado, as máquinas podem ser a única alternativa. Foi para isso que elas foram criadas.

- Treino funcional. Alguns professores de Educação Física já dão aulas de treino funcional em parques, praias, etc. Não gosto muito da ideia. Prefiro sempre

- CrossFit. Gosto de alguns aspectos (treinar várias habilidades do corpo), não gosto de outros (um certo foco em competitividade e extremismo).

- Calistenia. É usar o próprio peso do corpo patra fazer movimentos, normalmente de forma lenta, o que torna bem seguro para a maioria.

Esqueci algum? Avise-me nos comentários!

E quanto tempo devo dedicar? Eu atualmente procuro dedicar 30 minutos nos dias úteis e até 1h nos sábados, domingos e feriados. Mas talvez seja pouco. O importante é ouvir o corpo.

E a intensidade? Acho que na maior parte do tempo (80%) deve ser leve a moderada, com pequenos trechos de maior intensidade.

E não é importante apenas o tempo em que você passa se exercitando. A semana tem 7 dias, cada dia tem 24 horas (total: 168 horas) e você acha que o que você faz por 3-10 horas na semana é tão importante assim? Até mesmo saber como ficar parado nas outras horas é importante também! Assista este ótimo vídeo: Sentar é o Novo Fumar, com Pablo Santurbano e Zak Moreira.

Bem, nada do que escrevi acima é uma orientação. É apenas o que estou fazendo a partir de tudo que li. O que você acha?

PS: Alguém comentou que esqueci de mencionar lutas. É verdade. Lutas podem ser bem paleo/primal.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Vanderlei Cordeiro de Lima: destaques da medalha olímpica em 2004

Todo corredor brasileiro conhece a estória da medalha de bronze de Vanderlei Cordeiro de Lima na Maratona das Olimpíadas de Atenas 2004. Se você não conhece, leia na Wikipédia, ou procure no Youtube por "Vanderlei Cordeiro Atenas 2004".

Em 2014 uma TV fez uma ótima matéria sobre a façanha (clique no link para assistir):


Alguns destaques da reportagem:

  • Quando era criança, Vanderlei corria pelas estradas de terra no interior do Paraná. Segundo ele, alguns jogavam pedras. Outros, laranjas. Segundo a mãe, alguns chamavam ele de "doido". A mãe dele tem um delicioso sotaque nordestino.
  • Ele correu sem relógio!
  • Ele sofreu um acidente de moto em janeiro de 2004 e fraturou a clavícula esquerda.  Como ainda precisava garantir a vaga para a Maratona Olímpica, correu e venceu (com tempo de 2:09:39) a Maratona de Hamburgo em 19 de abril! A Maratona Olímpica foi em 29 de agosto. Ou seja, ele teve apenas 4 meses e 10 dias para descanso e treinamento entre as duas maratonas!
  • Existe um Museu da Corrida (site oficial, página no Facebook), em Maratona, Grécia, e agora uma réplica do uniforme que ele vestiu e uma foto dele sendo atacado, ambos autografados, estão em exibição no museu.

A partir da leitura do livro sobre ele, que ainda não terminei, e do livro do Meb Keflezighi (medalha de prata na mesma maratona e que ainda pode vir à Rio 2016), que acabei de ler, acho que Vanderlei teve uma vida mais difícil do que a do Meb. Meb teve um começo de vida bem complicado, mas depois que chegou aos Estados Unidos, com 12 anos, as dificuldades diminuíram bastante. Vanderlei sofreu até à idade adulta. Morou em uma casa dentro da Usina Ester, em Cosmópolis-SP, quando já era corredor profissional. 

Stefano Baldini (o medalhista de ouro e Atenas 2004) e Meb acham que iriam alcançá-lo e ultrapassá-lo (está no livro do Meb). É possível, pois antes do empurrão eles já estavam diminuindo a diferença. Difícil ter certeza. Uma coisa é chegar, outra passar.



Vanderlei de volta ao estádio olímpico em Atenas

Vanderlei dando entrevista logo após a prova em 2004.

Vanderlei no pódio com Meb e Stefano Baldini

Vanderlei Cordeiro de Lima, em 2014, na Grécia
Dona Aurora, mãe de Vanderlei 

A Medalha Pierre de Coubertain, que poucos receberam por seu espírito esportivo

Museu da Corrida em Maratona, Grécia



quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O problema com maratonas de rua


Maratonas (estou me referindo apenas às maratonas de rua -- maratonas em trilha ou montanha são outra estória) são muito planas. E nem estou falando de altimetria. Estou falando de terreno mesmo. A maioria delas acontece em ruas feitas para passar carros, caminhões, motos. Na região em que fiquei nos Estados Unidos, ao menos parte de duas das principais maratonas de lá ocorriam nas greenways. Mas mesmo as greenways de lá eram asfaltadas!

O fato de o terreno ser tão plano obviamente reduz bastante o risco de quedas (imagine uma maratona em calçadas!), mas deixa o movimento bem mais repetitivo. Compare o movimento de um maratonista com o do Erwan Le Corre no vídeo abaixo. Ele muda a passada para se adaptar ao terreno, faz curvas, se abaixa.



Em maratonas você só corre. Alguns até correm e andam (Gallowalk). Mas ainda asssim é muito mais corrida do que caminhada. Acho difícil imaginar uma situação na Natureza em que seja necessário correr ininterruptamente por 42 quilômetros.

Enfim, em maratonas de rua o foco é excessivamente em correr o mais rápido possível por um longo tempo. Maratonas são fragilizantes. E é melhor buscar ser antifrágil. O que você acha?




"Eu conheço pessoas que podem correr maratonas mas não conseguem correr rápido para salvar alguém a menos que calçem...
Posted by Primal and Paleo Fitness Brazil on Tuesday, January 19, 2016


terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Slow Parkour

What is #SlowParkour?

I am going to give a name and a preliminary definition to the "sport" that I have been practising, inspired by Natural Born Heroes, the latest book by Christopher McDougall, and by Antifragile, by Nassim Nicholas Taleb. Many other readings, videos, podcasts have inspired me too.

Slow Parkour (it could also be called  Low Impact Parkour) is a mixture of:

- Parkour, of course
- The Mafeetone Method
- MovNat
- Calisthenics
- Primal Movement (by Mark Sisson)

It is Parkour for extremely prudent people. No accidents expected. It can happen, but it should be very rare.

It is a sport that can be practiced by people (men and women) who are 40 years old or even older. 

It consists of:

- Lifting weights (usually your own body as in Calisthenics)
- Climbing, jumping low heights
- Natural movement that uses the brain as well as the body

Some rules:
- You should always warm up before and cool down after exercise sessions.
- You should rest (until it comes below your aerobic threshold) between sets.
- You should do a low number of repetitions. Don't get so tired that you could be an easy victim.
- You should avoid high impact.
- Face fear, but not too much.
- You have to be aware of your environment.
- You have to use fat as fuel. You cannot be extremely hungry at the end of an exercise session.
- You should wear minimalist shoes or, even better, do it barefoot.
- You can do it in Nature, in the city or in a gym, but preferably in Nature.

PS: This is a draft. Any comments? I feel I must include some mention to training for fights (MovNat combative, for instance). 





segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Talento: primeiro episódio da série desvenda os segredos dos corredores quenianos

Ontem começou uma série sobre talento no programa Esporte Espetacular.


Link: http://globoplay.globo.com/v/4729036/


O primeiro episódio foi sobre os corredores quenianos, que dominam com folga os rankings de maratonistas e também vão muito bem em outras distâncias.

A matéria mostrou que nem todo queniano corre e abordou o estímulo que se dá à corrida desde a época de escola. Não deixou claro que algumas crianças usam sim a corrida como meio de transporte, isto é, praticam corrida-transporte.

Mostrou crianças correndo descalças e falhou em não dizer que alguns acham que isto pode ser benéfico para os futuros corredores. Quem treina descalço, por ter maior feedback nos pés, talvez desenvolva uma melhor técnica de corrida.

Foi bem correto ao mostrar que existem vários fatores que podem justificar o sucesso dos quenianos, entre os quais genética ("pernas longas e finas"), pobreza (os prêmios nas corridas, que não se comparam ao de esportes como futebol, representam muito para eles), tradição (ainda que recente), altitude (pulmões mais largos), muito treino, muita competição interna (treinos coletivos).

Errou ao dizer que eles treinam 200Km em alta intensidade, 3 sessões por dia, toda semana. Segundo o livro Running with the Kenyans não é tanto toda semana e não é tudo em alta intensidade. Longe disso. A maior parte dos treinos são em intensidade moderada (numa velocidade que para muitos corredores profissionais seria alta, mas para eles a intensidade é moderada e é isto que importa).

Comentou a questão do doping que vem sujando (um pouco apenas) a imagem do país recentemente.  Parece que o controle lá é muito fraco.

Mencionou a influência de estrangeiros (Gabriele Rosa foi entrevistado). Senti falta do Brother Colm O'Connell, um padre irlandês responsável por vários atletas quenianos entre os quais o fantástico David Rudisha.

Não deu muito destaque à presença dos quenianos no Brasil (que na minha opinião são muitos e acabam prejudicando a formação de nossos atletas) por não estar no foco da matéria.

No geral, uma ótima reportagem.
Link: http://globoplay.globo.com/v/4729036/

PS: Fiquei sabendo desta resportagem através de um Tweet do Sérgio Xavier Filho, que ficou sabendo através do Iberê Dias. Ele depois tuitou o link que passei para ele.


sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Os problemas da Maratona, sua defesa, e outros links

Já corri 5 maratonas mas não sei se algum dia correrei mais uma. Razões:


  • Você fica acabado após uma maratona. Mesmo profissionais mal conseguem andar nas horas ou dias após a maratona. É muito fragilizante. Acho até mesmo uma má ideia viajar para correr maratona e depois tentar fazer turismo, pois você não está inteiro depois da prova.
  • Dá muito trabalho treinar para uma maratona. A preparação deve começar pelo menos 2 meses antes. Idealmente, 4 meses antes e após pelo menos 2 anos como corredor regular. Deve incluir treinos longos de até 2 horas (um "longão" a cada 2 semanas, em média) e 5 ou mais sessões de treino na semana, incluindo treinos de fortalecimento e educativos.
  • Uma maratona na cidade é algo muito artificial. Você corre num terreno bastante plano (às vezes com subidas e descidas, mas nada como um morro) e praticamente só move as pernas. O movimento é muito repetitivo. Você não pula, salta, se agacha, nada muito diferente. "Só" corre. 
  • O foco nas maratonas de rua é geralmente no tempo que se leva para completá-la. Acho isto também muito artificial.


Ralph Tacconi escreveu, em defesa da Maratona, após eu postar este link no grupo Running/Endurance Paleo Low Carb:

Bom vou expressar minha opinião sobre dois aspectos:

Sobre essa questão de "não evoluímos" para correr longas distâncias. Esse termo é muito usado em universos Páleo e o pessoal que segue e estuda essa linha.
Porém eu faço uma ressalva nessa questão: Essa não evolução se deve ao fato de: não termos evoluído por não sermos capazes ou de não termos evoluído por não ter tido necessidade ?

Podemos pensar que os nossos ancestrais não corriam 40 Kms talvez por não ter necessidade disso e não por não ser capaz. Ao longos dos anos, a nossa espécie talvez não tenha desenvolvido determinadas habilidades simplesmente por não ter utilidade.
Organismos biológicos se adaptam, melhoram e se aperfeiçoam com o tempo e não há nada que comprove que nossos organismos poderiam sim, fazer coisas hoje que não eram capazes de fazer há anos por falta de necessidade.

Isso não é a minha opinião, eu só acho controverso essa história de "nossos acenstrais não evoluiram pra isso". Penso que cabe discussão a respeito.

O segundo aspecto que quero destacar é diretamente ligado a maratona.

Sobre isso, vou dar a minha opinião:
Sei que a maratona me faz mal. Fisicamente. (essa última de Curitiba me deixou muito debilitado realmente).
Concordo com todos os argumentos do Mark Sisson em seu artigo.

Porém, a maratona é algo muito fácil de se apontar como malefício. Os males são físicos, reais, perceptíveis.
E se nós trouxermos isso a outro nível de entendimento? A relação custo-benefício.
A mim, por exemplo posso citar vários aspectos positivos, entre eles:

1 - O treino para a maratona me faz ser saudável. Mantendo atividade física regular.
2 - O desafio que ela proporciona também pode ser salutar.
3 - Um exercício mental muito útil em outros aspectos da sua própria vida.
4 - A euforia de terminá-la.

Existem outros, em menores proporções, mas não vem ao caso.
Sim, você pode dizer: "Ah, mas eu consigo ser saudavel sem precisar correr maratonas" ou então "Tenho outras alternativas para exercício mental". Concordo, mas penso que o conjunto de fatores que vão desde a disciplina nos treinos, até a euforia da conclusão eu só consigo através dela. Sem ela, acho que não reuniria todos esses fatores.

Em outras palavras: Eu sei que a maratona vai me trazer alguns problemas físicos, fisiológicos, porém, o benefício que ela me traz acaba sendo proporcional ou até maior do que esses males.
Alguém pode dizer: "correr maratonas não é saudável". Mas quem consegue ser saudável 100% do tempo ? Ninguém. Você pode encarar maratona como uma espécie de dias do lixo tão comentada nas comunidade de nutrição saudável.

Você pode manter sua alimentção regrada durante a maior parte do tempo, porém, pra viver socialmente adaptado, algumas coisas sempre vão sair do ideal. Uma festinha de criança, um churrasco em família, um jantar comemorativo. Isso é real, ninguém consegue se abster de tudo, pois assim estará abrindo mão de uma vida que também deve ser vivida com outros prazeres.

E esses eventos trazem o mesmo ou até mais malefícios de uma maratona, porém, não são tão perceptíveis assim. Não temos como relativizar um mal que, um estress pancreático causado por uma insulinemia pode ser tão (ou pior) que uma queda de imunidade pós maratona, por exemplo. Ou então, uma crise diarréica (causada por um entupimento de brigadeiros numa festa infantil) pode ser tão ruim (ou pior) quanto dores nas pernas por 3 dias pós maratona. Não sei. Quem pode dizer isso ?

Até onde eu sei, não há danos irreversíveis ao ser correr uma maratona. Como também, não há danos irreversíveis ao ir num rodízio de pizzas.
Eu por exemplo, não vou a um rodízio de pizzas, mas me dá imenso prazer de fazer sobremesas lotadas de açucar quando estou com todos meus filhos reunidos. E quando estou com todos meus filhos juntos ? Esporadicamente, duas vezes por ano. Há mal nisso ? Vou deixar de viver isso ? Definitivamente não.

Portanto, encaro a maratona como o dia do lixo. Duas ou três vezes por ano, me dou esse direito. Judiar um pouco do meu corpo, mas colher os bons frutos que ela me proporciona.

Desculpe se o texto ficou longo.



Paulo Penna escreveu:

Muito bom realmente essa exposição do Ralph Tacconi. Causa uma certa estranheza a forma como o conceito Evolução tem sido utilizado como se fora uma espécie de chancela - ou juiz - para definir o que é saudável e, por detrás disso, o que é recomendável como escolha a ser feita, ensejando, por exemplo, comentários a essa postagem, na página do Paleodiário que flertam com o dogmático. E esse post traz a sensatez e o equilíbrio necessários a questão.

E Roger Paixão completou:

Bom argumento Ralph... eu particularmente acredito q estamos "adaptados" para coisas simples e explosivas... curto demais a visão do Mark Sisson... seu "primal blueprint"... até onde li "em artigos científicos" tudo corrobora nesta direção.

Levar o corpo até o limite é algo q podemos fazer de muitas formas... eu prefiro ñ correr muito... gosto dos tiros rápidos... sou adepto do protocolo SIT há pelo menos 18 meses e estou mto resolvido em termos de saúde...

E acredito q mtos prbls de saúde (sentimento) está relacionado ao uso de calçados... nosso desenho plantar ñ é para o concreto, pista etc... me sinto mto bem fazendo SIT descalço na areia ou na grama...


E você, o que acha?



Exercício é Remédio?


Artigo novo do Dan Lieberman (Harvard):


Is Exercise Really Medicine? An Evolutionary Perspective
"However, there are several lines of evidence that humans evolved to be unique among primates and somewhat unusual among mammals in being especially well adapted for plentiful physical activity dominated by endurance as opposed to power."

Leiam esta parte: em média 31Km e metade andando.

"In the Kalahari, persistence

hunts average 31 km (19 miles), with hunters running only
about half that distance, usually at a moderate pace (23)"





Gostei quando ele diz que não há como estabelecer uma quantidade ideal de exercícios.

Ralph Tacconi:  "Nossa, gostei muito mesmo. Ou seja, fomos evoluídos naturalmente as nos movimentarmos, porém, essa naturalidade tem se perdido ao longo do tempo e cada vez mais atribuímos atividades a formas não naturais."





Retuíte de Tim Noakes em 2013

O prof. Tim Noakes retuitou um tuíte meu.Quer dizer, ele reescreveu e me mencionou:"#Waterlogged makes into top 10...
Posted by Adolfo Neto on Tuesday, January 8, 2013



Periodização do Treinamento e a Corrida Ancestral


Concordo com algumas partes, mas exercício competitivo é natural?

PERIODIZAÇÃO DO TREINAMENTO E A CORRIDA ANCESTRALEsse é o primeiro texto da Ancestral Running com posicionamento,...
Posted by Ancestral Running on Tuesday, December 29, 2015

Exercício Natural?

75 yaşlı kişi ağaca belə çıxdı.
Posted by Bizim Yol on Friday, June 27, 2014

Correr nos EUA vs. Correr na Disney

Escutei o podcast Correr na Disney, do Por Falar em Corrida. O programa ficou muito bom. Fiquei um ano nos EUA, a pequena distância da Flórida, e não tive vontade de ir correr na Disney. Depois de escutar o podcast, a vontade diminuiu mais ainda. Por tudo que foi descrito, parece que Orlando é muito diferente do resto dos EUA. E pareceu muito caro e artificial.


Podcast Correr na Disney

Pela descrição que deram, prefiro muito mais a experiência que tive de correr em corridas simples dos EUA.  Fiquei um ano e corri 19 provas nos EUA, de várias distâncias e números de participantes. Desde a maior maratona do mundo, a Maratona da Cidade de Nova Iorque 2014, até parkruns com 5 participantes.

As principais vantagens de correr na região da Carolina do Norte (não posso dizer que se aplica a todo o país):


  • a maioria das corridas é no sábado pela manhã.
  • na maioria dos casos, você pode inscrever-se no dia da prova.
  • a maioria das provas não é lotada. É fácil largar e manter seu ritmo sem se preocupar com tráfego.
  • a maioria das provas não dá medalha de participação.

A única desvantagem é que os preços são em dólar :) Mas relativamente à renda deles não é caro.

Escrevi em mais detalhes sobre vantagens e desvantagens aqui e aqui.

Meus relatos de prova e outros textos sobre meu ano nos EUA estão abaixo:

Vi que não escrevi sobre a minha última prova, NCSU Run.Dance.Glow 5K for Special Olympics, que aconteceu dentro da North Carolina State University. Foi bem divertida e um pouco maior do que a média de outras provas. Como corri sem chip (era de graça para moradores de condomínios da universidade), meu tempo não aparece nos resultados

Também não escrevi sobre a Krispy Kreme Challenge, uma corrida muito estranha, na qual alguns corredores vomitam. Enfim, faltou bastante coisa.

Alguém tem alguma curiosidade específica? Podem perguntar nos comentários.

E, se você pretende correr uma maratona ou meia-maratona nos EUA, recomendo fortemente a Tobacco Road Marathon. É relativamente barata, o percurso é bem plano, o clima ajuda, hotéis na região são baratos, não é uma corrida lotada, e um brasileiro faz parte da organização da prova. 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O que penso em fazer em 2016? Corrida, Parkour, MovNat...

O ano de 2016 começou e continuo treinando. Não fiz nenhuma pausa de fim de ano (exceto para uma curta viagem à minha terra natal), como fiz em anos anteriores, pois não treinei pesado nos últimos meses.

Em 2016, com relação a corrida, não tenho objetivo de fazer nenhuma prova em especial. Vou fazer o que aparecer e o que der vontade de fazer. Acho difícil que faça uma maratona. Talvez corra uma meia maratona ou uma prova de 10 milhas. Mas a verdade é que no momento não estou com vontade de correr nem prova de 5 quilômetros. No momento, provas só de corrida me parecem tão chatas...

E também não estou com vontade de participar daquelas provas de obstáculos (já tem várias aqui na região). Não acho muito natural e geralmente são bem caras. Mas posso mudar de ideia.

Talvez eu organize alguns Treinos-no-Parque (parkruns não oficiais). Para isso vou depender de estímulo e apoio dos colegas corredores da região. Se bem que, para que uma parkrun seja bem-sucedida, basta um corredor e um voluntário.

Um outro objetivo é treinar mais Parkour na nova sede da única Academia de Parkour de Curitiba, a Ponto B. Tive sorte pois eles mudaram-se para um novo endereço (Av. Visconde de Guarapuava, 3577 – Centro – Curitiba, PR) e fica bem perto de onde trabalho. Conheci o Cassio, um dos fundadores da Academia, no fim do ano passado lá na UTFPR. É uma pessoa séria, que está sempre se atualizando, e apaixonada pelo Parkour.  Ele defendeu seu mestrado em 04/12/2015.

Um dos meus objetivos em relação ao Parkour é não exagerar. Quando a gente começa se estimula demais com as capacidades adormecidas do corpo, e pode se machucar. Quero fazer um Parkour de Baixo Impacto, pois já não tenho mais 19 anos (que parece ser a idade média dos traceurs, isto é, dos praticantes de Parkour).

Na verdade não me considero um traceur. Sou apenas uma pessoa que busca incorporar ideias do Parkour, do MovNat, da Calistenia, do Primal Fitness, e de qualquer coisa que achar interessante, na minha rotina de exercícios.

Tento fazer da minha rotina o mais aleatória possível, seguindo os princípios de Antifragilidade de Nassim Nicholas Taleb. Mas tento tomar cuidado com os acidentes (que acontecem, mas podem ser minimizados) e com o impacto.

PS:

Alimentação: pretendo continuar com uma dieta paleo rica em gordura, relativamente pobre em carboidratois (LCHF - low carb high fat), mas não cetogênica, não buscando estar em cetose. De vez em quando abro exceções. Nada de radicalismos. Até gostaria de ser mais radical, mas não sou.

Minimalismo e corrida descalça: Quero tentar correr mais descalço em 2016 do que corri em 2015. Pretendo continuar usando calçados minimalistas em várias ocasiões mas em 2014 e 2015 corri muito pouco descalço de fato.

Paripueira, Alagoas

Mureta baixa para treinar Parkour de Baixo Impacto

Corrimão de ferro no Parque Barigui para treinar cat walk.