domingo, 30 de dezembro de 2012

Why We Get Fat, de Gary Taubes: resumo do Dr. José Carlos Souto

Todos que lêem este blog já sabem que ultimamente tenho me interessado bastante pela base científica da alimentação.

Mais sobre o assunto:
Entrevista com o Professor Tim Noakes - parte 1

Entrevista com o Professor Tim Noakes - parte 2 


O Dr. José Carlos Souto, que entrevistei neste blog, mantém um excelente blog sobre o assunto.

Estive dando uma olhada nos arquivos do blog dele e vi que ele resumiu, no final do ano passado, boa parte do conteúdo do livro Why We Get Fat, de Gary Taubes, uma das principais referências na área.



Portanto, acredito ser de utilidade pública listar os posts em que ele fez isso, na ordem lógica (e não na ordem inversa em que aparece nos arquivos do blog). Não sei se está perfeito. É apenas um rascunho. Aos poucos vou corrigindo e completando.

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E, claro, vale a pena dar uma olhada nos posts que o próprio Dr. José destaca no canto superior direito do blog. 

sábado, 29 de dezembro de 2012

Retrospectiva 2012 - Parte 2

Continuando a restrospectiva 2012. Leia aqui a parte 1.

04/04/2012 - Corrida da Lua Cheia


A Corrida da Lua Cheia é bem divertida. Acontece no Parque Tingui, um local bastante agradável, à noite. Fui de Vibram Five Fingers, pois não sabia se o terreno estava bom. Foi uma decisão acertada. Fiz os 8,6Km em 43:35:96. O relato completo está aqui.  

29/04/2012 - 5a Corrida do Rebouças

Este talvez seja o percurso de 10K aferido (isto é, medido oficialmente por um profissional) mais rápido de Curitiba. Além disso, esta corrida acontece após o frio já ter chegado à cidade, em abril. Bati meu recorde pessoal mais uma vez! Fiz os 10K em 45:19. Até hoje permanece sendo meu recorde pessoal em corridas de 10K aferidas. E consegui isto descalço, com alguns probleminhas como você pode ler no meu relato completo.





Em maio não participei de nenhuma corrida. No próximo post, falarei sobre meu pior mês em 2012: o mês de junho.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Testes MAF de 2012

Comecei a usar o Método Maffetone faz pouco tempo (3 meses e meio).

Um dos aspectos importantes do Método Maffetone é acompanhar sua evolução através dos testes MAF. A sigla MAF é de Maximum Aerobic Function. Portanto, um teste MAF é um teste de função aeróbica máxima.

A ideia é muito simples: aquecer por 10 a 15 minutos e depois praticar seu exercício (no meu caso corrida) num percurso definido mantendo os batimentos cardíacos dentro da faixa proposta por Maffetone em sua fórmula 180.

Na página em que descreve o teste, Maffetone dá o exemplo de um percurso de uma milha (1,609 Km). Como há um percurso com aproximadamente uma milha no Parque Barigui, tenho feito meus testes lá. Não é tão bom quanto seria fazer numa pista, pois este percurso tem algumas inclinações, mas é suficientemente bom.

Já fiz Testes MAF 4 vezes (os testes devem ser feitos uma vez por mês, aproximadamente). Foram pelo menos 3 voltas no percurso de uma milha do Parque Barigui.

Até o teste de hoje meu desempenho havia melhorado (ver tabela abaixo). Hoje o teste indicou uma piora no rendimento (não muito grande, é verdade). Faz sentido, pois do último teste até hoje fiz atividade anaeróbica demais (Maratona de Curitiba, Corrida da SMELJ, Corrida Solidária). Pode ter sido também por conta do calor do Verão (hoje estava quase 29 graus e no teste anterior estava 18).

Providências a serem tomadas: reduzir a participação em provas (minha próxima prova está prevista para 17/02). Se for participar em provas, fazê-las num ritmo mais baixo.

Por fim, continuo satisfeito com o Método Maffetone. Você treina num ritmo não muito forte nem muito fraco. Após os treinos você não fica com fome demais, nem cansado, nem estressado. Após os treinos você tem energia suficiente para fazer o mesmo treino novamente. Acho que em 2013, mantendo-me no método, na dieta low-carb (também recomendada por Maffetone) e acrescentando treinos de força (recomendação também do Sock Doc), colherei resultados ainda melhores nos meus treinos e provas.

Trecho do percurso de uma milha do Parque Barigui


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Retrospectiva 2012 - Parte 1

04/03/2012 - Corrida da Medula Óssea

Esta foi uma corrida festiva, sem chip. Mas destacou-se por 3 fatos importantes:
1. Foi minha primeira corrida descalço. Eu já estava treinando descalço desde o fim de 2011. Leia o relato aqui.
2. Conheci pessoalmente o Vanderlei Cordeiro de Lima, medalhista olímpico na Maratona! Minha conversa com ele está lá no meu relato.
3. Conheci, de forma indireta, o Luiz Souza, do blog Corridas do Luizz (leia este post e este outro post, em que sou citado). Vim conhecê-lo pessoalmente depois. Tornou-se um grande amigo.

Meu tempo foi 21:53 nos 4,5Km. Mas o percurso não foi aferido oficialmente.

10/03/2012 - Corrida Noturna Unimed Curitiba

Também corri descalço. Larguei do fundo (pois cheguei atrasado). Tive que desviar de muita gente. Fiz os 10K em 51:50, sem bater meu recorde pessoal. Leia o relato aqui.


18/03/2012 - Corrida da SMELJ - Primeira Etapa

Consegui meu primeiro sub-50 nos 10K! Terminei a prova 48:40. Com isso, conquistei o direito à minha camiseta do Desafio Sub-50 da Revista Contra-Relógio (que recebi em julho). E descalço também, como nas provas anteriores! Leia o relato aqui.

Corrida da SMELJ - 18.03.2012

No próximo post, o mês de Abril.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Entrevista com José Carlos Souto

O Dr. José Carlos Souto é um médico urologista que mantém o excelente blog Dieta Low-Carb e Paleolítica. Fiz uma entrevista com ele sobre Dietas Low-carb/paleolítica. Minhas perguntas estão marcadas em itálico. Todo o resto são as respostas dele. Vale a pena ler!

José Carlos Souto



1) Como e quando o senhor tomou conhecimento das dietas low-carb/paleo?

Quando olho pra trás, parece muito tempo, mas foi somente em abril de 2011 que tomei contato com o assunto. Reproduzo aqui a primeira postagem de meu blog:
Até abril de 2011, nunca havia me interessado muito sobre dietas. Na minha cabeça, o assunto era uma equação extremamente simples: se você comer mais calorias do que gasta, você engorda. Se gastar mais do que come, emagrece. O resto era balela.

Um dia, por puro acaso, escutei uma entrevista em áudio (podcast) de um tal Gary Taubes. O sujeito expunha ideias contra-intuitivas, completamente diferentes do senso comum, a respeito de obesidade e nutrição. Fosse em outro contexto, talvez eu o tivesse ignorado, mas este podcast entrevista apenas gente séria, de modo que decidi prestar atenção. Quase tudo o que ele dizia contradizia as minhas noções sobre obesidade e dieta. Contudo, a lógica era impecável. Um lado de mim dizia: "é impossível, tudo o que aprendemos e tudo que as autoridades proclamam não pode estar simplesmente errado". Um outro lado, porém, ponderava que seria anti-científico descartar boas ideias apenas por que contradiziam dogmas. Afinal, na ciência, novas e antigas proposições não deveriam ser escrutinadas e "atacadas" com tentativas de fasificá-las? Venceu o lado cético e curioso. O entrevistado era simplesmente brilhante demais para ser ignorado. Comprei o livro no mesmo dia, na Amazon, em formato eletrônico.

O que se seguiu foram dias de leitura frenética, até mesmo de insônia, com o que eu começava a descobrir. Obviamente, coloquei em prática o estilo de vida, e comecei a perder peso tão rápido e sem esforço que, bem, só vendo para crer. 

2) O senhor talvez seja o primeiro médico brasileiro a concordar com as dietas low-carb/paleo, ou pelo menos o primeiro a divulgá-las ativamente (em seu blog http://lowcarb-paleo.blogspot.com.br/). O senhor encontrou alguma resistência da classe médica ou de nutricionistas?
 
O que houve foi interessante. Por um lado, encontrei outros colegas médicos que concordavam, e até já praticavam alguns destes princípios, mas o faziam de forma velada, talvez por receio da reação dos colegas. Nutricionistas, bem, somente uma abraçou - acho que, para elas, é naturalmente mais difícil ver o mundo se dissolvendo sob seus pés. Houve ainda outros médicos que começaram a seguir a dieta, nos hospitais em que trabalho, simplesmente por terem visto os efeitos em mim - um colega perdeu 35 Kg! Mas estou ciente, através de comentários feitos por amigos comuns, de que há colegas dizendo que estou maluco.


3) Sei que muitas pessoas procuram as dietas low-carb/paleo para emagrecer. Não foi o meu caso. Meu IMC era abaixo de 20 mesmo comendo bastante carboidrato. Pessoas que não estão acima do peso podem se beneficiar desta dieta? Irão emagrecer demais?

Esta é uma pergunta muito interessante. Veja bem, a dieta low carb não é uma dieta hipocalórica. Assim, se você tem gordura em excesso, a diminuição dos níveis de insulina levará à lipólise, o que é bom. Mas se você é magro, não há por que perder mais peso em uma dieta isocalórica. Minha experiência pessoal foi a perda de 15Kg de gordura e o ganho de 8Kg de massa magra - acho que isso responde à sua pergunta.

4) Sou corredor. Completei minha primeira maratona em 18/11/2012. Corredores são geralmente aconselhados (por seus colegas e treinadores) a comer bastante carboidrato antes, durante e depois das provas. Algumas provas inclusive distribuem isotônicos (bebidas ricas em carboidratos). Antes de maratonas, alguns fazem carbo-loading, que consiste em aumentar ainda mais a ingestão de carboidratos uma semana antes da prova. Outros atletas levam gel de carboidrato para consumir em provas e mesmo treinos.

Porém, um dos principais pesquisadores a divulgar a importância dos carboidratos para corredores, o professor Tim Noakes, autor do livro Lore of Running (http://www.amazon.com/Lore-Running-4th-Timothy-Noakes/dp/0873229592), recentemente disse para que seus leitores rasgassem o capítulo deste livro em que ele recomendava a ingestão de carboidratos. Ele próprio adotou uma dieta low-carb, emagreceu, e passou a ser um grande divulgador de dietas low-carb em seu país, a África do Sul. 

A pergunta é: será que os corredores estão ainda mais sujeitos aos danos de uma dieta muito rica em carboidratos por conta destes conselhos?



Estou bem ciente da reviravolta do Prof. Tim Noakes. O prof. Noakes tem uma posição interessante. Ele afirma que cerca de 25% das pessoas têm alta tolerância aos carboidratos, e é para os restantes que a dieta LCHF (low carb, high fat) estaria indicada. Todos conhecemos pessoas que, como parece ser o caso do meu entrevistador, parecem ser imunes aos efeitos danosos dos carboidratos. Eu não penso que todos devam fazer uma dieta low carb. Acho que pessoas com alta sensibilidade à insulina e que praticam esportes, especialmente esportes que necessitam explosão, como triatletas, se beneficiam, sim de carbloading. Para estas pessoas, sugiro uma dieta paleolítica não-low carb, com batata doce, frutas, até mesmo arroz. Mas penso que abster-se do trigo e do açúcar refinado faz bem a qualquer ser humano.

Para quem pratica endurance, parece haver uma vantagem teórica em poder utilizar de forma eficiente os próprios depósitos de gordura - e, para isso, é preciso estar ceto-adaptado.

5) O que o senhor sugere, em termos de alimentação, para quem faz bastante atividade física, como muitos corredores/triatletas que conheço que praticam corrida, musculação, natação, ciclismo até 10 horas por semana? Onde eles devem buscar informações para alimentar-se melhor?
 
Recomendo fortemente dois livros: The Art and Science of Low Carbohydrate Performance, escrito por pesquisadores que efetivamente publicam sobre estes temas nas revistas científicas indexadas, e Low Carbohydrate Diet for Triathletes, escrito por um sujeito que é praticante e treinador de atletas competitivos nesta modalidade. Se você não lê inglês, bem, há pouco que se pode fazer. Que eu saiba, há apenas uma referência traduzida: Dieta TNT (http://compare.buscape.com.br/dieta-tnt-jeff-volek-adam-campbell-8579300088.html#precos), um dos autores é o mesmo do primeiro livro que recomendei. É um livro mais voltado para musculação, com estilos de dieta variados (em quantidade de carbs) dependendo dos objetivos da pessoa, se perder mais peso ou ganhar mais massa magra. Há um leitor do blog, ciclista inveterado, a quem recomendei este último livro, que me relata que sua vida mudou depois disso.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Links do fim de semana


Só hoje encontrei este texto, publicado no New York Times, "Novo conselho aos corredores: não bebam muita água". Tem tudo a ver com meu post de sábado: Beba água somente quando tiver sede.

Fui o primeiro lugar na categoria M-40-44 na Corrida Solidária (leia o post completo aqui) deste domingo. Claro que este resultado é bem relativo. Foi uma corrida pequena, sem premiação.

Um pequeno quadro sobre mim foi publicado na Revista O2 deste mês (a imagem é cortesia da Michelle Kubrak, que viu a matéria e me mandou a foto):

Quadro sobre mim na Revista 02 de Dezembro de 2012

Mais uma grande honra! Fui citado num post do Dr. José Carlos Souto. É para ler e refletir. E depois ler o link que eu coloquei nos comentários.

Leia aqui algumas dicas de técnica de corrida de alguns especialistas (obtido através do Blog Recorrido do Danilo Balu).

Está todo mundo (no "sub-mundo" minimalista, pelo menos) falando deste novo lançamento da New Balance, divulgado pelo The Onion:


Tudo a ver com o Nike Free 0.0, não acha?


Você sabe o que é síndrome metabólicaClique aqui para saber.



O trigo vai acabar? Não vai fazer falta para mim...

Mas saber que o queijo (e talvez o iogurte também) pode ter origem bem antiga é bom. Estes dois últimos links fiquei sabendo através do excelente blog primal Mark Daily's Apple.

Muitos "vegetarianos" comem carne.

A propósito, você conhece o livro abaixo? O autor, Caio Augusto Fleury, é um dos criadores do blog Primal Brasil.

A Dieta dos Nossos Ancestrais


Dor, disciplina e sacrifício não podem estar associadas a treinamento de corrida.

Corrida Solidária

Aconteceu hoje em São José dos Pinhais-PR a I Corrida Solidária. Foi uma corrida organizada pela Assessocor para arrecadar fundos para "a compra da cadeira de rodas e apoio ao atleta portador de necessidade especial cadeirante Rosélio Aparecido Pereira 38 anos residente em Campo Largo e atleta de Curitiba, PR."



Eu estava inscrito para os 10K, mas resolvi ir para os 5K, para fazer minha estreia na distância descalço.

O clima estava bom, apesar de já ser quase Verão: nublado e relativamente fresco. No começo da prova achava que talvez conseguiria fazer os 5K em menos de 20 minutos. O primeiro quilômetro passei em 3:55. Mas a partir do segundo já vi que não daria para ser hoje: 4:10. O terceiro também foi a 4:10. Decidi não marcar mais e fechei os dois últimos quilômetros em 8:32, terminando os 5K em 20:48. Mas a prova tinha um pouco mais do que 5Km (a placa dos 5K estava bem antes da chegada). Fechei a prova em 21:17.1. O registro da corrida está no Linha de Chegada. Mesmo assim, os 20:48 foram meu recorde pessoal nos 5K, se considerarmos válida esta prova, uma vez que não foi aferida oficialmente. Melhorei em mais de um minuto meu tempo anterior (21:57).

Como o Leonardo Liporati observou lá no Linha de Chegada: "este tempo já projeta um sub-44 nos 10k com relativa tranquilidade". Fica para 2013. Sinto que ainda tenho bastante a melhorar: postura, respiração, ritmo no início da prova (aquecer melhor), biomecânica da corrida (mover adequadamente os braços e pernas), força muscular (começar a fazer exercícios de força) e capacidade aeróbica (continuar com o Método Maffetone e a dieta low-carb). Trabalhando estes itens, posso obter sim sub-43 nos 10K em 2013, ou até melhor.

Registrei durante a corrida os batimentos cardíacos. A média durante a corrida foi 177. O máximo foi 182. O segundo quilômetro foi o que teve maior média: 180.

Encontrei alguns amigos antes da corrida: o Luiz Souza (da G5 Esportes, CEIZS Run e do blog Corridas do Luizz), o professor Jazomar Vieira da Rocha (da UTFPR), a Giseli Souza (do grupo Amigos da Corrida de Curitiba), o Vitor Bertoli Nascimento (da V8 Assessoria Esportiva) e o Glacymar Rodrigues (da Trainer Assessoria).

Esta corrida foi low-carb. Não comi nada antes da prova, nem bebi água durante a prova.

Um observação adicional: foi uma corrida muito melhor para correr descalço do que a da semana passada.

Nas principais ruas de São José dos Pinhais, o asfalto estava bem novo. Em quase nenhum trecho tive que desacelerar por conta do asfalto, como aconteceu várias vezes aqui em Curitiba na corrida da Smelj.

Uma outra observação: vi bastante gente cortando caminho pela calçada, tema que está sendo discutido no blog do Luiz.

PS: Saiu o resultado oficial da corrida. Meu tempo líquido cronometrado foi 21:20. E, desta forma, fiquei em 11o. lugar entre os 117 atletas do sexo masculino nos 5K. Além disso, fui o primeiro colocado na categoria M-40-44 (homens entre 40 e 44 anos, num total de apenas 8) e fui melhor do que a primeira mulher dos 5K.


Abaixo algumas fotos:

Medalha da primeira Corrida Solidária


Pórtico de largada

Pódio

Aglomeração antes da largada

Kit da prova: isotônico, certificado, adesivo, fruta e medalha

Adesivo

Certificado


sábado, 15 de dezembro de 2012

Beba água somente quando tiver sede

Conselho de Tim Noakes, renomado cientista sul-africano



Escrevi hoje minha primeira análise de um livro no site brasileiro da Amazon.

O livro que escolhi para começar foi Waterlogged, de Tim Noakes (clique aqui para ver no site da Amazon).
Abaixo vai cópia da análise: 





Evidências científicas dizem que devemos beber quando temos sede

Algumas pessoas ainda acham que  "quando sentir sede seu corpo já está desidratado", "a cor da urina indica a desidratação (quanto mais amarelada, mais desidratado)", "atletas que suam muito precisam consumir sal", "é preciso beber 2 litros de água por dia". Todas estas frases são mitos, SEM QUALQUER BASE CIENTÍFICA!!!

Este livro, escrito por um cientista, Tim Noakes, com inúmeras publicações em periódicos internacionais de alto impacto, diz que o mito do "quando você sente sede já está desidratado", entre outros mitos, foi criado pela indústria de bebidas esportivas. Repito, não tem qualquer base científica. Infelizmente muitos ainda pensam assim, mas este conselho (beba antes de ter sede) está errado. Pode não fazer muito mal à maioria das pessoas, mas em alguns raros casos leva à morte (por hiponatremia).

O corpo humano tem um mecanismo regulador muito bom: a sede. Somente precisamos beber água quando temos sede, é o que diz Tim Noakes.

Outras conclusões do livro:
- Desidratação não é uma doença. E desidratação não contribui de forma alguma com outras doenças associadas a exercícios prolongados como maratonas, ultramaratonas e triatlos.
- Não há necessidade de ingerir mais sódio do que o seu apetite determinar.
- Não há necessiade de consumir sódio durante o exercício.

Um livro longo, para quem tem paciência e vontade de conhecer a verdade.


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Em outro blog que mantenho, em inglês, copiei as últimas palavras do livro.

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Atualização em 07/09/2016:
Vídeo diz muito que o livro diz de forma bem humorada:

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A melhor corrida de 2012

A corrida de ontem foi, para mim, a melhor corrida de 2012.

Medalha da 1a. Corrida do Judiciário


Não obtive recorde pessoal, não estreei na distância, mesmo assim foi a melhor. Por que? Vários foram os fatores:

1) Corri descalço. E pela primeira vez posso dizer que do início ao fim a corrida foi confortável. Em outras corridas descalço sofri um pouco com o chip, ou com o frio, ou ainda com o asfalto ruim. Mas nos últimos dias, seguindo um conselho do próprio Ken Bob Saxton, passei a treinar mais em asfalto ruim. E o resultado apareceu. Fiz os 10K em 48 minutos e 30 segundos, mesmo tendo passado por uma semana estressante, em que dormi mal, e tendo enfrentado um  percurso bem duro. E, o mais importante, as solas dos meus pés estavam ótimas ao fim da corrida. Muito agradável mesmo!

2) Foi a última corrida do ano em Curitiba. Foi a quarta etapa do Circuito da SMELJ, que recebeu o nome de 1a. Corrida do Judiciário. Nas quatro etapas deste Circuito consegui fazer os 10K em menos de 50 minutos (sub-50). Meu primeiro sub-50 na vida foi na primeira etapa, também descalço. E meu recorde pessoal nos 10K (44:16) foi na terceira etapa, usando Vibram FiveFingers KSO. Enfim, ter feito mais um sub-50 descalço fechou com chave de ouro o Circuito.

3) Encontrei vários amigos antes e depois da corrida. O Luiz Souza (veja as fotos que ele postou aqui), o Divino Julian (leia relato e veja fotos), minhas colegas do Positivo Run, os Amigos da Corrida de Curitiba, o Vitor da V8 Assessoria, o Heitor Lopes e seu orientando Roberto da UTFPR, entre outros. O clima estava muito agradável e o local da corrida foi muito bom.

4) Foi a minha primeira corrida como parte da Trainer Assessoria. Ganhei 6 meses grátis numa promoção no Facebook. Já participei de um aquecimento (no sábado) e esta foi a primeira prova. É muito bom ter um apoio no dia da prova. E a Trainer tem muitos assessorados. Ainda não conheço todos, mas os que conheci parecem ser gente fina.

Agora é preparar-me para 2013. Já tenho alguns planos:
E, quem sabe, na segunda metade do ano, a estreia numa Maratona internacional. Quem sabe!?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Dieta Low-Carb e minhas dores de cabeça

(novo! Leia entrevista com o Dr. José Carlos Souto sobre alimentação baixa em carboidratos)

Eu tinha dores de cabeça constantes, por conta de secreção nas vias nasais.
Pelo menos uma vez na semana tomava 2 a 4 neosaldinas.

Fui a um médico que sugeriu cirurgia.

Fui a outro que me passou um corticoesteróide, que usei por um tem
po. Melhorou, mas não resolveu.

Plurair, o caro corticoesteróide que eu tomava

Fui a um terceiro, neurologista (os outros dois eram otorrinos), que passou um exame bem agressivo, acho que ressonância magnética. Não fiz.

Adotei uma dieta low-carb, deixando de consumir açúcar, cereais, feijões, carboidratos em excesso. Até agora resolveu. Amanhã completo dois meses sem nenhuma neosaldina!


Neosaldina, minha amiga/inimiga.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

4ª Corrida e Caminhada 6K pela Saúde da Criança

Participei ontem (02/12/2012) da 4ª Corrida e Caminhada 6K pela Saúde da Criança, que aconteceu dentro da Fábrica da Volkswagen em São José dos Pinhais-PR.

Prova muito boa e bem organizada. E totalmente gratuita! Todos receberam uma boa camiseta, sacola, boné, barra de cereal e isotônico. E tinha hidratação a cada 2Km.

Foi uma corrida de 6Km, com 381 concluintes (bem mais do que eu esperava) e muitas atrações além da corrida: visita à fábrica, orientação nutricional (que considero incorreta pelo que conheço hoje), medição de pressão e de glicemia, entre outras coisas.

Medalha da 4ª Corrida e Caminhada 6K pela Saúde da Criança


Para as crianças havia um parquinho com brinquedos infláveis, pipoca, achocolatado, barra de cereal, etc. 

Esta foi a quarta edição. Ano passado nem fiquei sabendo. Precisa ser mais divulgada. Só fiquei sabendo da existência dela através dos Amigos da Corrida de Curitiba (grupo no Facebook).

Por falar no grupo, foi outro ponto alto desta prova para mim. Conheci pessoalmente vários dos Amigos, a maioria dos quais só conhecia virtualmente. Todos muito animados!

Nova camiseta da Equipe Positivo Run, que estreei na corrida


Não corri o tempo todo, pois estava com minha filha de 9 anos e em alguns trechos caminhamos. Fechamos em quase 40 minutos (mas ela não caminhou os 6K, ela me esperou em alguns pontos do percurso em que dava para cortar caminho).

Algumas fotos da corrida, feitas pelos Amigos da Corrida de Curitiba:
Amigos da Corrida de Curitiba

Amigos da Corrida de Curitiba

Amigos da Corrida de Curitiba

Parte do percurso cruzava o chão de fábrica da Volkswagen

Largada

Durante a corrida, passávamos ao lado dos carros.

Percurso da corrida

Percurso da corrida

Maquete da Fábrica




sábado, 1 de dezembro de 2012

Os pés do corredor descalço (ou: quem pode mais pode menos: a realidade minimalista)

Texto de Daniel Dubois, traduzido livremente por Arnoldo Boson Boson, revisado por Emmanuel Pillet.

Si vous comprenez le français, lire le texte original en http://www.daniel-barefoot-runner.com/article-le-pied-du-coureur-barefoot-112844973.html.

Daniel A. Dubois, Osteopata Esportivo, autor do texto.

Escrevem-se muitas coisas a respeito da corrida descalça, mas sempre inexatas, para não dizer intencionalmente erradas e, evidentemente, algumas pessoas não perdem a oportunidade de transferir essas falácias para os calçados minimalistas também, alertando os simpatizantes dessa modalidade quanto às supostas nefastas consequências desta prática. Mas tudo não passa de invenções ou realidades distorcidas.

Eis aqui, ponto por ponto, a realidade, a justificação visual e a explicação de apoio. Nada mais demonstrativo do que observar as características dos pés habituados a pisarem no asfalto e nas trilhas com toda liberdade feito os meus.

Freqüentemente somos recriminados por ausência de provas científicas que possam embasar nossas publicações, mas não se pode contestar aquelas da observação direta (que se multiplicam!). 

As fotos abaixo foram tiradas, depois de uma limpeza superficial dos pés, e ao término de uma corrida de 18 km pela cidade, alternando asfalto, ruas pavimentadas e cascalhos.

Primeiramente, observa-se de imediato a diferença entre os pontos de apoio sob o antepé, característica da pisada do mediopé, já menos protuberante sobre a borda externa e totalmente inexistentes sob o calcanhar onde a pele manteve a coloração "normal".

 
Passemos em seguida ao jogo das perguntas e respostas (os números correspondem aos da foto)


 

1 - A pele vira um casco? Falso!

 
Nota-se bem que a textura da pele é perfeitamente macia assemelhando-se mais a um couro ou a uma borracha lisa que a um casco de cavalo.

 
Por outro lado, pode-se visualizar bem como o tecido profundo da pele fica mais espesso, formando algumas protuberâncias constituídas de gorduras que funcionam como uma perfeita proteção às mais diversas exigências do solo. Essas camadas gordurosas são adquiridas logo na fase de transição e não nos impedem, de modo algum, de perceber as sensações grosseiras como, por exemplo, a natureza do solo, temperatura e etc.; entretanto, neutralizam eficientemente a sensação de dor.


 

Ao começar correr descalço essas protuberâncias se formam em poucos meses, mas se a pessoa opta por calçado minimalista, a sola deste substitui integralmente o referido tecido natural, e também assegura e protege os pés, sem interferir na ideia de correr natural e da pisada característica dos corredores descalços.

2- Sim sim!! Tem cascos no calcanhar? Verdade! (mas não por correr descalço) 


E isso confirma perfeitamente aquilo que nós escrevemos acima: na pisada descalça não se usa de modo efetivo o calcanhar, enquanto os sapatos, sobretudo quando se trata de sapatos baixos (tipo os de bailarinas ou Newfeel (tM) como no meu caso) favorecem, pelas pressões a esse nível, uma queratinização excessiva da pele!! (cqd)

Conclusão, correr descalço evita enrijecimento (casco) da pele dos pés, como dissemos, a prova está sob seus olhos!...

3-  Correr 18km na cidade ou por trilhas sem se machucar é impossível? Falso!

Há os que correm até 42,195 km, certamente sem quebra de recordes, mas também sem se machucar diretamente ou indiretamente, o que não é o caso de alguns dos defensores dos amortecimentos artificiais...

Sobre a foto pode ser visto um pequeno hematoma ao meio da borda externa, certamente devido a uma pedra no caminho, na qual pisei mas não senti nada, essa marca sumirá dentro de 48h!

Uma pequena colaboração em relação a vidro. O vidro pode ser visto a vários metros de distância pois ele brilha sempre. E quem diz que se cortou pisando em algum deles, deveria precisar onde foi esse acidente, pois provavelmente ocorreu quando ele corria na grama, na areia e etc.


 

4 - Quem corre descalço necessita de cuidados especiais para a pele? Falso!

O cuidado é só no que se refere a higiene como todo mundo deve fazer.


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Nike Free 0.0 - Review

Já que o Luiz Souza faz reviews de tênis (Vomero, F50) no blog dele, resolvi fazer também no meu blog :)

Vou começar pelo meu favorito, o Nike Free 0.0¹. É o melhor modelo da linha Nike Free (os Nike Free não são minimalistas), justamente por não fazer oficialmente parte da linha. Tenho ele faz tempo², mas só comecei a correr pra valer com ele em novembro de 2011. Portanto, aproximadamente um ano.

Este modelo tem várias das características dos modelos minimalistas apontadas pelo Sérgio Rocha. O fato de ser  drop zero  (isto é, sem diferença de altura entre o calcanhar e a parte da frente do pé) é muito bom para a minha coluna. Hoje em dia, quando uso algo que não seja drop zero, sinto o impacto na minha coluna. Duas de suas vantagens são o preço (0 reais) e o peso (0 gramas). Mas a principal vantagem mesmo é que ao usá-lo você quase que naturalmente é forçado a correr com a mecânica correta, pousando com a parte da frente do pé, dobrando os joelhos, relaxando o corpo, entre outras características da corrida natural.

Alguns corredores famosos já usaram este modelo em competições. Abebe Bikila ganhou a Medalha de Ouro na Maratona Olímpica (Roma 1960) usando um modelo um pouco mais escuro que o meu. Veja sua extraordinária performance no excelente vídeo abaixo:



Zola Budd ganhou 2 medalhas de ouro em campeonatos mundiais. Veja Zola em ação:



Desvantagem: se você não o usou durante a infância (como eu não usei),  você tem que "amaciá-lo". Isto é, tem que começar usando aos poucos (leia instruções aqui). Quando estiver bem amaciado, dá para usar tranquilamente em asfalto (mesmo um pouco quente), areia, terra e grama baixa.

É perigoso usá-lo para correr em grama alta, pois você pode não ver pedras escondidas. Mas é perigoso correr em grama alta com qualquer tênis de corrida. Pisar em uma pedra pode machucar muito, independentemente da espessura do solado.  


Para terminar, uma foto:

Fonte: http://forums.runnersworld.com/forums/runner-communities/barefoot-running/body-paint




¹ Não fui eu quem deu este nome. Copiei a ideia da TJ da Barefoot Runners Society.
² 1972.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Maratona de Curitiba 2012 - Parte 3 - Minimalismo

Corri a Maratona de Curitiba 2012 usando sandálias huarache da Xero Shoes.

Quem não me conhece, pode perguntar: porque não usou um tênis convencional?

Quem me conhece perguntaria: porque não correu descalço?

A resposta à primeira pergunta é: desde novembro de 2011 venho experimentando com corrida descalça e calçados minimalistas. E estou muito satisfeito com estes "experimentos". É muito agradável correr descalço. E acredito que correr descalço previna lesões*. Não devemos usar em provas o que não testamos em treinos. Como normalmente treino descalço ou de huaraches, o mais prudente era fazer a maratona descalço ou de huaraches.

A resposta à segunda pergunta é: sou prudente. Achei que minha pele (das solas dos pés) não estava ainda pronta para enfrentar os 42K da Maratona descalço. Se eu fosse mais prudente ainda, eu deveria nem ter corrido (e só estrear em Maratona quando conseguisse fazê-la completamente descalço). Mas corri de huarache e, por sorte, nada de ruim aconteceu. Terminei bem, é verdade que com dores na panturrilha e nos músculos da perna, algo normal em maratonistas, mas sem nenhum machucado. Dois dias depois já estava correndo de novo (com algumas dores musculares). Sete dias depois já estava correndo sem nenhuma dor.

Adolfo Neto, Maratona de Curitiba 2012


Para mim, minimalismo é uma filosofia de vida. Não devemos desperdiçar recursos. Se é possível correr descalço ou com um calçado mínimo, porque usar um calçado "máximo" (os tênis de corrida convencionais)? Ainda mais quando existem fortes suspeitas de que muitas das lesões dos corredores ocorrem por conta do excesso de proteção dos tênis de corrida.

E você, por que não experimenta ao menos andar descalço?

PS: Este é mais um post sobre a Maratona de Curitiba 2012. Os outros foram:

- Entrevista com Renny Silva
- Maratona de Curitiba 2: Gallowalk
- Maratona de Curitiba 1

* Desde novembro tive apenas uma lesão, uma dor no topo do pé em junho de 2012, em virtude de ter corrido com um calçado minimalista (Vibram Five Fingers KSO) em duas corridas seguidas, uma no sábado (10K), outra no domingo (15K). Segundo pessoas mais experientes em corrida descalça, se eu tivesse corrido descalço nas duas corridas, não teria me machucado. É preciso ter muito cuidado com os calçados minimalistas, tem que ir bem aos poucos.

sábado, 24 de novembro de 2012

Entrevista com Renny Silva

O Renny Silva correu a Maratona de Curitiba 2012 descalço. Abaixo uma entrevista que fiz com ele.


Renny Silva, de pés descalços, na Maratona de Curitiba 2012. Fonte: Vivo Esportes.




Adolfo: O que você faz atualmente?
Renny: Sou militar oficial aposentado da Força Aérea Brasileira, onde atuei até julho passado. Trabalhei na área de Gerenciamento de Tráfego Aéreo e capacitação de profissionais para os Serviços de Navegação Aérea.
 
Adolfo: Quando você começou a correr e porque?
Renny: Comecei a correr em 2004, antes de completar 40 anos, para melhorar minha qualidade de vida, saúde, diminuir o stress do dia-a-dia.

Adolfo: Quantas maratonas e ultramaratonas você já correu?
Renny: Foram 28 maratonas e mais cinco corridas acima dessa quilometragem: 01 de 50, uma de 51, uma de 52 e duas de 75 Km.


Renny Silva na Maratona de Curitiba 2012. Fonte: Vivo Esportes.
  
Adolfo: O que achou da Maratona de Curitiba 2012? Foi sua primeira em Curitiba?
Renny: A organização e o nível técnico são marcas importantes da Maratona de Curitiba. Foi essa minha quinta participação, sendo as demais em 2005, 2007, 2008 e 2009. Ressalto que estreei na distância, em Curitiba, em 2005.

Adolfo: Porque e desde quando você corre descalço?
Renny: Tive contato com notícias na internet, revistas, visitei sites e encomendei o livro de Ken Bob Saxton. Pedi em julho e chegou em agosto. Devorei o livro e me identifiquei com tudo que havia lido e visto a respeito. Coloquei em prática para testar e evoluí dos minimalistas para a corrida de pés-descalços. Meu primeiro treino foi em 18 set de 2011 e em 02 out desse mesmo ano, corri a Maratona de Santa Catarina. Foram 4 treinos descalços, sendo que eu já utilizava minimalistas (VFF e Nike Free) havia pelo menos um ano e meio.


Quer mais informações sobre corrida minimalista e descalça? Tem um site que acabou de ser lançado e que recomendo: http://www.corridanatural.com.br/

Atualização: Renny Silva apareceu no programa Sport Time. Clique aqui para ver exatamente a parte em que Renny aparece ou veja o programa todo abaixo.



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Maratona de Curitiba 2012 - Parte 2 - Gallowalk

Vou continuar o relato que comecei no post anterior sobre minha participação na Maratona de Curitiba 2012.

Neste post quero destacar um dos itens que considerei importantes para conseguir completar bem (sem ter que parar nem um segundo sequer por estar cansado) e sem lesões a Maratona de Curitiba, uma das mais difíceis do Brasil: o método Gallowalk.

Em posts futuros, se houver interesse dos leitores, discutirei:
a) como treinei para a Maratona usando o método Maffetone,
b) como ter adotado uma dieta low-carb talvez tenha me ajudado a não encontrar o Muro das Maratonas e 
c) porque corri a Maratona com um calçado extremamente minimalista.

Sobre o método Gallowalk já escrevi um pouco neste post. Vamos ao porque de tê-lo usado. Uma Maratona é um desafio mental. Eu não queria em nenhum momento caminhar porque estava cansado. Sei que muitas pessoas fazem isso, mas não era o que eu queria fazer. Como sabia se o percurso era duro e não queria arriscar ter que andar, adotei o método Gallowalk.

Jeff Galloway, o treinador das corridas da Disney

Outra razão é que o criador do método diz que a recuperação é mais rápida quando se usa o Gallowalk. Não tenho como comparar pois foi minha primeira maratona, mas fiquei satisfeito.

Mais uma razão para usar o método é que, no nosso passado como caçadores de persistência, não corríamos 42Km sem parar. Corríamos um pouco, andávamos um pouco. Assistam este excelente vídeo para ter uma ideia:



Mas o método Gallowalk exige uma estimativa de tempo para completar a Maratona. Como fazer isso se eu nunca havia corrido uma? Usando a Calculadora McMillan vi que, com meu melhor tempo nos 10Km de 44:16, eu poderia fazer a Maratona em 3h27:41. Como este tempo foi conseguido com muito esforço, desconfortável mesmo, e como aprendi, neste livro grátis do Ryan Hall sobre como fazer a primeira maratona, que não devemos ter alvos de tempo na primeira maratona, resolvi colocar como alvo completar em aproximadamente 4 horas.
 
Então, usei 4h como base nesta calculadora e obtive que deveria correr 8 minutos e 11 segundos e caminhar 1 minuto. Segui esta proporção rigorosamente até o km 32. A razão de deixar o método no km 32 é que o próprio Jeff Galloway diz que você pode passar a somente correr a partir do km 29. Achei mais seguro correr a partir do km 32.

O método Gallowalk deu muito certo para mim. Talvez eu tenha acelerado um pouco demais no começo, nos trechos de corrida. Talvez eu tivesse terminado mais rápido sem ele, apenas correndo. Nunca irei saber. O que importa é que terminei em 4h02m59, tempo bem próximo do alvo e dentro das minhas expectativas (que iam de 3h30 a 5h). E ontem, dois dias depois, já fui capaz de correr 3Km. Hoje corri mais 5Km.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Maratona de Curitiba 2012

Fiz ontem minha primeira Maratona: a Maratona de Curitiba. Após 1 ano e 7 meses como corredor, aos 40 anos de idade, estou satisfeito.

Medalha da Maratona de Curitiba - Frente e Verso.


Fiz Gallowalk até o km 32 (aproximadamente) e depois corri sem parar. Usei esta calculadora (dica do Leonardo Liporati aqui) e coloquei o tempo de 4h. A partir do resultado da calculadora, corri 8min11s e andei 1min até o Km 32.

Deu certo. Meu tempo foi 4h 2min 59 seg. Nos pés, sandálias huarache da Xero Shoes. Devo ter sido o campeão na "categoria" calçado minimalista. Na "categoria" descalço deve ter sido o Renny Silva.

O sol estava forte no final. Fiquei um pouco queimado.

A organização da prova foi boa, tirando o problema da falta de controle do percurso. Ouviram-se comentários de que várias pessoas cortaram caminho.

Aprendi muita coisa com esta maratona. Escreverei mais em posts futuros.