terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Apoio ao Manifesto contra o CNPq na seção de cartas do Estadão

Cientistas x oligarquia 

A indignação com o sistema de 
avaliação de produtividade dos 
cientistas brasileiros pelo Conselho Nacional 
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
(CNPq), manifestada por pesquisadores de pequenas 
instituições na reportagem Cientistas 
pedem fim de oligarquia; (26/12, A11), é justificada pela falta 
de clareza e de transparência nos 
critérios utilizados, gerando suspeita de 
favorecimento político em benefício da 
oligarquia. Nem mesmo critérios 
cientométricos, amplamente utilizados nos 
países mais desenvolvidos para essa 
finalidade, são rigorosamente aplicados pelo 
CNPq na classificação de pesquisadores 
com o mesmo nível de produtividade. 



ANTONIO C. M. CAMARGO, professor titular da Universidade de São Paulo 
acmcamargo@butantan.gov.br 
São Paulo .



Veto à inovação 

É bom ver que o Estado dá espaç à crítica ao CNPq. Interajo como CNPq há 30 anos; por 
décadas fui beneficiado por Bolsas de Produtividade em Pesquisa, participei ocasionalmente 
do Comitê Assessor da Química, etc. Os membros dos Comitês Assessores, que analisam os projetos nas diversas áreas, em geral são pessoas que têm  
dado provas aos funcionários de diversos escalões de que não têm idéias inovadoras, que levem a incômodas mudanças. Reúnem-se por curtos períodos 
e em poucas ocasiões anuais, quando devem decidir sobre milhares deprojetos. Tão precárias circunstâncias 
decisórias quase obrigam ao recurso 
de contagem de publicações. Mas não; dirão 
eles, a decisão é balizada em pareceres anteriores de assessores ad hoc (escolhidos por 
funcionários). 
Mas o assessor, por sua vez, seja por falta de tempo, de 
interesse ou de conhecimento, recorre à numerologia das publicações para dar 
sua avaliação. As vítimas do sistema não são apenas as pequenas instituições, ênfase da 
matéria. Há outras, como, por exemplo, propostas muito inovadoras. O assessor 
escreverá que o pesquisador não tem publicações anteriores na área; 
e dará parecer contrário. Ora, se houvesse ;publicações anteriores, a 
proposta não seria inovadora. 


MILAN TRSIC, professor titular aposentado da Universidade de São Paulo 
cra61@iqsc.usp.br 
São Carlos 





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